quarta-feira, 13 de abril de 2016

Guitarra híbrida, vale a pena?


Olá amigos, uma dúvida que sempre é recorrente por aqui é sobre as guitarras híbridas, mas o que são guitarras híbridas e o que esperar de uma? É verdade que timbra bem alternando e misturado as características? Também é bem verdade que tentamos definir e compreender as diferenças sonoras entre os diferentes modelos de guitarra, sabemos definir e identificar que uma Stratocaster é mais aguda que uma Les Paul, e que uma Les Paul soa mais grave que uma Telecaster, mas quando misturamos todos esses componentes, é possível definir com clareza e identificar as características que definem a estrutura timbrística de uma híbrida? Para responder essas e outras questões, trago o especialista das híbridas, ninguém mais ninguém menos que o nosso caríssimo Erich Von Farah:


Quem busca uma guitarra híbrida primeiramente quer algo inovador, incomum, fora do padrão. A definição mais simples e direta para uma guitarra híbrida seria a "mistura de modelos", como o próprio significado da palavra diz "composto de elementos diferentes". As combinações são praticamente infinitas, porém eu em especial gosto muito das híbridas de tele, ou seja, diversos modelos que possuam algumas características de Telecaster.


A construção/montagem de uma híbrida envolve muitos fatores a serem estudados previamente, um deles é o timbre! Montar uma híbrida resulta em uma surpresa de certa forma, no meu caso todas de forma positiva rsrs. É necessário escolher o modelo base e decidir quais aspectos de tele irão compo-lo, com a finalidade de chegar ao timbre desejado. Mas como assim? Precisamos ter a ideia do timbre que queremos para depois escolhermos cada detalhe, e para isso é necessário um conhecimento técnico de como cada componente atua no som.
Cada mistura é algo único, que mescla os estalos de uma Telecaster com as frequências do modelo em questão. Quem tem uma quer duas, quem tem duas quer três, e isso não tem fim!

A primeira vez que vi uma guitarra híbrida de Telecaster foi uma Telemaster/Jazzcaster, não é um modelo muito famoso da Fender e poucos a conhecem, consiste em uma guitarra com o corpo de Jaguar/Jazzmaster, porém com ponte, control plate, captadores e headstock de Telecaster:




Fiquei impressionado com o modelo, era algo totalmente inovador e ao mesmo tempo "vintage" (outra coisa que me atrai muito: modelos "retrô-futuristas"). Lembro que logo procurei um luthier (o famoso Sergio Kuns) para orçar um corpo de Jaguar com essas especificações, pois na época eu possuía uma Tele "meia boca" com o corpo em laminado e que iria me servir muito bem para o projeto.

Alguns anos se passaram e foram surgindo novos modelos híbridos que cada vez mais me fascinavam, conversa vai e conversa vem, fiquei enrolado financeiramente e acabei desistindo do projeto, logo depois passei a tele para frente. Um tempo depois de formado na faculdade comecei a minha saga pelas híbridas. Peguei um corpo em freijó (duas peças), madeira extremamente bonita e ressonante, com graves e um bom sustain, porém não perdendo agudos e estalos.


Comecei pela Telemaster, primeiramente adquiri as peças e um braço em maple/rosewood (o qual eu recortei o headstock), e o corpo encomendei com o Adriano, dono da RDC Guitars de Minas Gerais. Depois de muita dor de cabeça, dedos machucados por brocas e chaves, unhas encardidas de verniz e tinta, eis o resultado:


Fiquei fascinado com o modelo, aliás, muitos conhecidos e amigos também gostaram e alguns deles até se inspiraram em fazer uma.

Com o primeiro projeto pronto e agradando várias pessoas, fiquei motivado a fazer outro, mas dessa vez queria algo ainda mais inovador. Analisei vários modelos, e o escolhido: Iceman!

Novamente encomendei o corpo com o Adriano, com as mesmas especificações da anterior e o resultado foi esse:




Esse ainda arrancou mais suspiros e exclamações do que a Telemaster. Como assim? Uma Iceman com partes de tele? P90? Loucura total!!


A guitarra tinha um baita sustain devido ao corpo ser maior, era a minha guitarra preferida entre várias que eu tinha na época.


E como ocorreu antes, isso me inspirou novamente e segui em busca do novo modelo:




Surgiu então a Tele-Bird, e não muito tempo depois surgiu a Tele-Bird II:


Essa foi a que mais fez sucesso, vi muitas de minhas fotos circularem pelas redes sociais! Infelizmente me desfiz de todos os modelos para levantar uma grana e investir em outros equipamentos.

Muito tempo depois resolvi fazer a mistura de dois clássicos, que também não ficou para trás:


Minha saga continua e pretendo futuramente fazer novas criações!

Em breve postarei mais fotos e farei um review individual de cada guitarra, até a próxima!

Erich Von Farah

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