Olá amigos, dando continuidade nas postagens, conforme fizemos em Janeiro onde convidei um amigo a postar sua stratocaster, dei continuidade a ideia e convidei outro amigo que costuma ser adepto ao costume de ser "strateiro nas horas vagas" para participar no mês de Fevereiro e postar as imagens, além de ter a oportunidade de comentar sobre seu instrumento, onde a única regra para participar da coluna "Amigo Strateiro" é que o instrumento precisa "ser strato" e o amigo também precisa "ter a strato".
Conforme mencionei em Janeiro, outras pessoas também podem usar esse espaço para compartilhar informações e experiências com seus instrumentos, nada mais legal do que somar vivências. Quer que sua Stratocaster seja postada no blog? Entre em contato conosco.
Para abrir esse espaço, convido para o mês de Fevereiro o amigo Francisco Ferreira, proprietário de uma brasileiríssima Tagima Stratocaster.
Nome: Francisco Ferreira
Cidade: Curitiba/PR
Proprietário: Tagima 635 Stratocaster
Serial Number: --
Conte um pouco da sua história com o instrumento: onde, como e quando
comprou?
Esta guitarra comprei em Junho de
2001 em Curitiba e foi a minha segunda guitarra. Tinha saído de uma tonante e
juntei um dinheiro para comprar uma guitarra melhor. Na época tinha pouco
conhecimento e estava na loja inclinado a comprar uma Epiphone quando um
guitarrista experiente que por lá tocava bateu um papo comigo e disse que este
instrumento me seria útil pela vida inteira. E não deu outra.
Para você, o que representa ter uma Tagima?
Representa o orgulho de ter um
instrumento nacional, feito à mão, com uma qualidade de construção e acabamento
digna de um instrumento padrão internacional. Essa foi com certeza o fim de uma
linha vitoriosa de instrumentos de uma fábrica audaciosa que aceitou o desafio
de fazer instrumentos à mão e em série com um custo-benefício muito bom para a
época. Infelizmente hoje vivemos uma divisão no país. As marcas que fazem
instrumentos na china, e os luthiers que lançam suas marcas com instrumentos de
grande qualidade, mas com preços que afastam o público que busca um equipamento
mais em conta.
Como você definiria o som desse instrumento?
Consistente. Ela tem todos os
trejeitos de uma strato clássica. Tanto na construção como na sonoridade. Por
ter diferentes madeiras em relação ao projeto original da Fender, obviamente o
seu som tem contornos diferentes. Tem um timbre mais abafado. O som de uma
forma geral é muito bonito e depois de tantos anos explorando o instrumento,
considero esta uma guitarra muito boa para timbres limpos.
O acabamento. Para os 700 reais
pagos na época ela tem um acabamento de primeira. A qualidade do verniz,
polimento e do preparo que foi dado antes na madeira é impressionante. Peças
como ponte, trastes e nut também foram instalados com perfeição.
Qual o principal ponto fraco da guitarra?
A “decepção” natural que qualquer
guitarrista tenha ao tocar esta guitarra é não encontrar aquele “punch” típico
de uma Stratocaster Fender. Com Overdrive e distorção ela não mostra tanto o
seu som, por isso com o passar dos anos optei por utilizá-la para levadas limpas
no estilo funky, jazz e blues. Para um guitarrista mais solista falta definição
no timbre para enfeitar os solos.
Pretende fazer algum upgrade ou já fez alguma modificação na guitarra?
Como foi a minha primeira
guitarra com mais qualidade, tentei tirar de um único instrumento todos os
timbres que me influenciaram. Nunca fiz modificações pesadas, apenas testei
todo o tipo de captadores disponíveis no mercado. Cerâmicos, Alnico, Ativos,
Duplos (Hot Rails). A combinação que ficou definitiva e melhor aproveitou o som
do instrumento foi um set de Single Coils “Vintage Hot” da marca nacional
Sergio Rosar. Outra modificação relevante foi a instalação de um Roller Nut
para facilitar a troca de espessura de cordas nas experiências malucas que gosto de fazer. Por segurar
muito bem a afinação, nunca coloquei a mão nas tarraxas, mas talvez a ponte no futuro receba um
upgrade.
O que você diria as pessoas que não conhecem o modelo, ou que sempre
ouviram falar mal sobre a Tagima, em razão do uso das madeiras (Marfim e
Marupá) ainda verdes ou cruas no processo de secamento?
Ao longo dos anos os instrumentos
Tagima viveram uma grande revolução. Foram muitas mudanças entre os
instrumentos da década de 80, 90 e 2000. Tive a sorte de pegar um dos últimos
instrumentos da época em que a marca fazia réplicas perfeitas do design Fender.
Logo após comprar este modelo (TG-635) a marca parou a produção e lançou a 735
muito diferente, tanto em desenho, como acabamento e madeiras. Foi aí que vi
uma queda enorme de qualidade nas madeiras que o pessoal tanto fala. Para
outros modelos iguais a este que tive oportunidade de ver a qualidade se
manteve igual, por isso assumo o risco de recomendar sem restrições.
Nunca tive problemas de som ou de
empeno das madeiras nessa guitarra, e também nunca tive outro instrumento que
segurasse tão bem a afinação. Me mudei de país duas vezes, e em uma das
mudanças a guitarra ficou 3 meses em um navio e quando abri o case ela ainda
estava afinada.
O que posso dizer de uma forma
geral sobre qualidade de construção vale para qualquer instrumento, de qualquer
país e/ou método de fabricação.
Cada instrumento é único. Só o
músico com as suas experiências com o tempo vai saber avaliar a qualidade de um
instrumento. Já toquei em Fenders que não me cativaram, e já fiquei besta com
guitarras de 350 reais. Um instrumento não é como um celular, é impossível sair
dois iguais de uma fábrica. Nem duas guitarras feitas da mesma tábua ficam
iguais. Independente do que o povo fala, recolha as suas impressões, toque no
instrumento sem preconceitos e use o bom senso na hora de comprar. E claro,
evite ao máximo compras por catálogo. Não dá certo comprar guitarra “no olho”.
Francisco Ferreira
Especificações:
Nome: Tagima
Modelo: Stratocaster
Série: 635
Madeira do corpo: Marupá
Madeira do braço: Marfim
Escala: Marfim
Corpo - Shape: Stratocaster
Número de casas: 22
Headstock: Big Head
Neck Plate: Standard 4 furos
Configuração dos captadores: S/S/S
Captadores: Alnico / Vintage Hot / Sergio Rosar
Chave seletora: 5 posições
Controle: 1 Volume - 2 Tone
Cores: Natural Wood
Ponte: Vintage Style - 6 parafusos
Tarrachas: Originais
Escudo e Knobs: Escudo White Pearl com Knobs brancos
Fabricação: Made in Brazil
Ano: 200?
Fabricante: Tagima
Período de Fabricação: 2000 / 2004
Lendária !
ResponderExcluirEssa fez história mesmo Rodrigues, abração!
ExcluirAmigo vc conhece a Tagima SKY MASTER 68 SPECIAL SERIES
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