Olá amigos, para a postagem da coluna "Diário de um Strateiro" referente ao mês de Outubro, posso antecipar para o amigo leitor que será feita aqui a narração popular de uma incrível viagem pela terra do sol nascente. Tirar das ruas do Japão um instrumento vintage e emblemático como será narrado á seguir, não é tarefa para qualquer um, é tarefa para o super Fernando Temporão.
Eu tô em Takayama, uma pequena cidadela secular nas montanhas aqui no Japão, uma cidade serrana pitoresca e agradável. Fugido da loucura de Tóquio, já havia desistido de levar pra casa uma viola made in Japan (quem me conhece sabe que sou chegado à uma viola antiga). Tendo os japas construído excelentes violões como os Morris, Yamahas, Yamakis e Takamines nas décadas de 70 e 80, estava no meu script levar um exemplar pra casa. Mas por falta de tempo e de grana, desisti da ideia com bastante resignação até.
Pois hoje, domingo de manhã, estou batendo perna por essa Teresópolis Japonesa e avisto uma feirinha livre na rua, dessas que as pessoas colocam as suas velharias à venda. Baús, chaveiros, máquinas fotográficas, mesinhas e toda sorte de bugigangas encalhadas e empoeiradas.
Eis que surge na minha frente, ao chão, um Yamaha, todo sujo, servindo de mesa para bonequinhos, elefantes e potinhos. Friozinho na barriga. Viro pro tiozinho da barraca e pergunto quanto ele quer na viola, esperando um valor justo, aceitável. Ele diz: "Três mil Ienes". Pelo câmbio que paguei, isso significa exatos 99 reais, ou seja, o tiozinho não estava vendendo a viola, estava DANDO pra quem quisesse. Três mil ienes é o valor de um almoço.
Eu, que já estou com uma mala e mochilas enormes e mais o violão que trouxe pra fazer os shows, estava ao mesmo tempo querendo melar o negócio pra não ter que carregar tanta tralha, mas com a certeza de que não pegar o violão seria a negação do meu destino nessa viagem.
Dei uma chance ao destino, virei pro tiozinho, fiz uma cara de que o violão estava maltratado, e disse "pago 2 mil ienes" (equivale a 66 reais). O velhinho sorriu, colocou o violão empoeirado no saco e me entregou.
Chego no hotel, verifico a etiqueta e descubro que se trata de um FG-201 fabricado no longínquo ano de 1976 no Japão, um violão raro, antigo, excelentes madeiras, sonzaço, loucura e desejo. Pelo preço de um combinado de sashimis.
"Que os anjos da música continuem iluminando esse caminho".
Fernando Penello Temporão
Olá estou quase pegando um desses, sabe de alguma especificação qto as madeiras, o tampo é solido ?
ResponderExcluirComo não tenho o violão, não tenho como dar essas especificações amigo. Abraços
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