Olá amigos, mais uma vez trago uma novidade para as postagens do ano de 2015. Á partir de agora, todo mês irei convidar algum amigo adepto ao costume de ser strateiro nas horas vagas para postar as imagens e ter a oportunidade de comentar sobre seu instrumento, não preciso nem dizer que a única regra para participar da coluna "Amigo Strateiro" é que seu instrumento precisa "ser" strato e o amigo também precisa "ter" a strato. Nada de "toquei na casa de um amigo e achei bom ou ruim o instrumento". Acho justo que outras pessoas possam usar esse espaço para compartilhar informações e experiências com seus instrumentos, nada mais legal do que somar vivências. Quer que sua Stratocaster seja postada no blog? Entre em contato conosco.
Para abrir esse espaço, convido para o mês de Janeiro o amigo Gabriel Longhitano, proprietário de uma honrosa Fernandes Stratocaster.
Nome: Gabriel
Augusto Longhitano
Idade:
Idade:
Cidade: São Paulo/SP
Proprietário: Fernandes Stratocaster
Serial Number: 037231
Conte um pouco da sua
história com o instrumento: sobre o interesse, onde, como e quando comprou?
No início de 2014 estava procurando uma guitarra semi-acústica ou acústica (hollow / semi-hollow body) para comprar. Como moro em São Paulo, o local para se procurar instrumentos é a histórica Rua Teodoro Sampaio. Pois para lá fui e rodei, loja por loja, atrás de uma guitarra que atendesse às minhas expectativas auditivas. Depois de experimentar TODAS as guitarras das lojas que passei, estava incomodado, pois as guitarras eram legais, bonitas, soavam bem, mas...cadê aquele “algo mais” que buscamos nos instrumentos? Já bastante frustrado, parei para conversar com um amigo lojista da própria Teodoro, o Fabio Grunig da G2 Instrumentos Musicais. Conversando sobre a minha decepção, ele pegou uma escadinha e retirou uma guitarra pendurada lá de cima da parede de instrumentos e me entregou uma guitarra acústica usada da marca Hurricane. Sem conhecer a marca e sem preconceitos, fui de coração e ouvidos abertos para testar a guitarra. Pois bem, inacreditavelmente foi lá que encontrei o “algo mais” que procurava numa guitarra. Maravilhado com ela, perguntei sobre a marca: “japonesa, cara. Provavelmente fabricada em fim de 80 ou início de 90” – foi a resposta do Fabio, complementando: “essas de agora, que você experimentou, são todas ‘made in China’”.
No início de 2014 estava procurando uma guitarra semi-acústica ou acústica (hollow / semi-hollow body) para comprar. Como moro em São Paulo, o local para se procurar instrumentos é a histórica Rua Teodoro Sampaio. Pois para lá fui e rodei, loja por loja, atrás de uma guitarra que atendesse às minhas expectativas auditivas. Depois de experimentar TODAS as guitarras das lojas que passei, estava incomodado, pois as guitarras eram legais, bonitas, soavam bem, mas...cadê aquele “algo mais” que buscamos nos instrumentos? Já bastante frustrado, parei para conversar com um amigo lojista da própria Teodoro, o Fabio Grunig da G2 Instrumentos Musicais. Conversando sobre a minha decepção, ele pegou uma escadinha e retirou uma guitarra pendurada lá de cima da parede de instrumentos e me entregou uma guitarra acústica usada da marca Hurricane. Sem conhecer a marca e sem preconceitos, fui de coração e ouvidos abertos para testar a guitarra. Pois bem, inacreditavelmente foi lá que encontrei o “algo mais” que procurava numa guitarra. Maravilhado com ela, perguntei sobre a marca: “japonesa, cara. Provavelmente fabricada em fim de 80 ou início de 90” – foi a resposta do Fabio, complementando: “essas de agora, que você experimentou, são todas ‘made in China’”.
Pois é, assim surgiu meu interesse em garimpar e colecionar guitarras. Ou seja,
procurar e experimentar guitarras de diferentes marcas, formas de construção,
locais de procedência, etc. Também foi assim que comecei a me interessar muito
por guitarras brasileiras anteriores a década de 90. Mas isso fica para uma
outra ocasião...
Em um belo dia de garimpo pela internet, encontrei um anúncio na OLX de uma
stratocaster Fernandes da década de 90 por um preço bem bacana, mas localizada
na cidade de Sertãozinho, bem longe de São Paulo. A primeira pergunta que
fazemos nessas situações é: será que é original? E a resposta sempre é: só
vendo pessoalmente para saber. Ou seja, comprar um instrumento sem ter a
certeza do que seja é totalmente inviável, um “tiro no pé”, como dizemos por
aqui.
Coincidentemente, no final do ano (2014) fui para minha terra natal, Taquaritinga - SP. E adivinha qual cidade é vizinha? Sertãozinho. Fui dar uma checada novamente na internet, e lá estava ela. Combinei com o rapaz – Ricardo, se não me engano - que estava vendendo a guitarra e assim pude experimentá-la pessoalmente. Bom, se ela está comigo agora nem preciso dizer que achei a guitarra incrível.
Para você, o que
representa ter uma Fernandes Stratocaster?
Creio que para cada colecionador deve haver um motivo
principal para o acúmulo de objetos. No caso dos instrumentos poderiam ser:
aparência, valor histórico, sonoridade, etc.
No meu caso, coleciono pela sonoridade e pelo valor histórico. Acho que ter uma
Fernandes é justamente isso. Tenho uma guitarra com um timbre excelente,
comparável a Fender americana, e com um valor histórico muito significativo
para a história das stratocasters.
Para quem não sabe a Fernandes, marca japonesa, assim como todas outras marcas copiavam as primeiras gerações de guitarras, as marcas ícones: Fender e Gibson, basicamente. No caso da Gibson, a Fernandes utiliza o nome da marca como Burny. O que é importante ressaltar é que algumas marcas realmente conseguiram montar réplicas muito próximas às originais. É o caso da Fernandes. Sem contar que a qualidade japonesa de décadas passadas na construção de instrumentos é lendária! Quem nunca ouviu falar de alguma dessas marcas: Greco, Tokai, Hondo, Hurricane, ou mesmo a própria Fender fabricada no Japão.
Enfim, acho que ter uma Fernandes representa tudo isso.
Como você definiria o
som desse instrumento e o que acha da sua construção?
O timbre da guitarra é simplesmente o típico timbre de
stratocaster. Aquele ”quack” que adoramos! Comparo esta guitarra ao timbre de
uma Fender americana atual, com uma pitada vintage.
Suas madeiras são as mesmas das Fenders, também de ótima qualidade, e contando que as madeiras, em tese, estão mais secas. O braço é em maple, a escala em rosewood e o corpo em alder – este último, não tenho certeza, mas pelo peso e timbre, acredito ser.
A qualidade de construção e acabamento são excelentes. Particularmente gosto muito dessa combinação de cores preto e branca nas stratos. O hardware é todo original. Tarraxas Gotoh. Somente o trêmolo que ainda não utilizei por estar sem a alavanca.
Os trastes estão um pouco gastos, mas compreensível devido a idade da guitarra. Nada que uma boa retífica não dê conta. Mesmo assim a guitarra não apresenta nenhum problema de afinação ou trastejamento.
Nas fotos vocês podem reparar que o headstock é diferente
das Fender. Isso porque, como várias marcas, a Fernandes não pode mais copiar o
headstock da Fender. Gostei do head, apesar de preferir o original. Mas gosto é
gosto.
Quem sabe um dia não apareça para mim uma Fernandes da época
em que os headstocks ainda eram idênticos aos da Fender?
Qual o principal
ponto forte da guitarra?
O ponto forte desta guitarra seria o custo-benefício. Hoje encontramos guitarras como essa a preços
inferiores aos da Fender ‘made in Mexico’. Porém acredito que uma Fernandes
deste período seja muito melhor de timbre, construção e acabamento que as
mexicanas . Nem preciso falar com relação aos ‘made in China’ da vida, né!
Lembrem-se: isso é uma questão pessoal.
Acredito que todo músico, sem o fetiche de marcas na cabeça,
que tenha experimentado uma Fernandes deste período ou anterior a ele, tenha se
surpreendido com tamanha qualidade.
Qual o principal
ponto fraco da guitarra?
De forma geral, esta guitarra é bastante equilibrada. Ainda
mais se eu levar em consideração o valor que estamos pagando das grandes marcas
aqui no Brasil. Guitarras como esta, pelo valor que encontramos, vale cada
centavo!
Talvez um ponto fraco seja a captação. Mas isso varia muito conforme o timbre e o gênero que cada guitarrista procura. Particularmente prefiro sempre manter o instrumento como originalmente fabricado, devido questão do valor histórico que têm para mim, comentado anteriormente.
Pretende fazer algum
upgrade na guitarra?
Não tenho pretensão alguma de “melhorar” esta guitarra. Acho
ela excelente assim como foi concebida...ou melhor, copiada. Sejamos francos.
Como dito anteriormente, sempre opto pela originalidade do
instrumento. Até porque, valorizo muito quem, nos dias atuais, consegue trazer
novos timbres aos nossos ouvidos e não soar como aquele outro guitarrista
famoso.
No meu caso, um colecionador, uma das coisas mais legais no acúmulo de instrumentos é justamente ter uma variedade de timbres, mesmo que seja para um mesmo modelo de guitarra. E cá entre nós, amigos strateiros, a stratocaster é o modelo mais divertido para isso. Não?
Obviamente se eu tivesse somente uma guitarra, aí sim poderia pensar em algum ‘upgrade’ conforme os estilos musicais que gostaria de tocar.
O que você diria as
pessoas que não conhecem a marca, e que nunca ouviram falar sobre a Fernandes?
Pesquisem!!! Não existem só marcas que a gente vê nas
propagandas. Há muita marca e muita gente - luthiers, por exemplo – que fazem
guitarras de excelente qualidade. Quem manda na escolha de uma guitarra não é
marca, é seu corpo. Se você gosta do som, se ela se encaixa à sua ‘pegada’...
Enfim, se a gente aprender a dar valor no que realmente merece, iremos abrir um mercado mais justo e competitivo, o que levará a construção de guitarras cada vez melhores de qualidade e preços. Caso contrário, o mercado fica nas mãos de poucos. Nas mãos de poucos, o mercado fica à mercê destes.
É isso galera! Obrigado por lerem minhas palavras e minha tentativa de trocar um pouco a experiência que tenho no mundo musical.
Enfim, se a gente aprender a dar valor no que realmente merece, iremos abrir um mercado mais justo e competitivo, o que levará a construção de guitarras cada vez melhores de qualidade e preços. Caso contrário, o mercado fica nas mãos de poucos. Nas mãos de poucos, o mercado fica à mercê destes.
É isso galera! Obrigado por lerem minhas palavras e minha tentativa de trocar um pouco a experiência que tenho no mundo musical.
Obrigado especial ao William pelo convite.
Para quem quiser continuar ‘trocando figurinhas’, fico à disposição. Meus contatos estão na minha página pessoal:
Especificações técnicas:
Nome: Fernandes
Modelo: Stratocaster
Série: ?
Madeira do corpo: Alder
Madeira do braço: Maple
Escala: Rosewood
Corpo - Shape: Stratocaster
Número de casas: 21
Headstock: Small Head
Neck Plate: Standard 4 furos
Configuração dos captadores: S/S/S
Captadores: Alnico
Modelo: Stratocaster
Série: ?
Madeira do corpo: Alder
Madeira do braço: Maple
Escala: Rosewood
Corpo - Shape: Stratocaster
Número de casas: 21
Headstock: Small Head
Neck Plate: Standard 4 furos
Configuração dos captadores: S/S/S
Captadores: Alnico
Chave seletora: 5 posições
Controle: 1 Volume - 2 Tone
Cores: Black
Ponte: Vintage Style - 6 parafusos
Cores: Black
Ponte: Vintage Style - 6 parafusos
Tarrachas: Gotoh Originais
Escudo e Knobs: Escudo branco com Knobs brancos/aged white
Fabricação: Made in Japan
Ano: 199?
Fabricante:
Período de Fabricação: 1990/1999
Escudo e Knobs: Escudo branco com Knobs brancos/aged white
Fabricação: Made in Japan
Ano: 199?
Fabricante:
Período de Fabricação: 1990/1999
Vale lembrar que o Billie Joe, do Green Day, tem uma Fernandes Stratocaster, que foi sua primeira guitarra, que ele usa ate hj, principalmente quando toca musicas antigas.
ResponderExcluirRealmente Felipe, obrigado por participar e visitar o blog!
ExcluirEu tenho uma Fernandes Japan estrato vermelha, porém com o headstock idêntico aos da Fender. Levei ela a um luthier para trocar os trastes e nivelar o braço, ele ficou louco na guitarra! Toco com ela até hoje, excelente timbre e tocabilidade!!!
ResponderExcluirBom dia, peguei ontem uma strato da serie retro rocket cheia dos uogrades. Seymour duncan jb jr na ponte, dimarzio dp 117 hs3 no meio e dimarzio dp 116 hs2 no braço, ambos os dimarzios em Alnicoem, tarrachas sperzel com trava... Somzaço animal... Nunca toquei em uma guitarra com esse timbre... Impressionante. A construção da guitarra...so registrando que fiquei extremamente satisfeito. Hahaha
ResponderExcluirTive fender japonesa 1997 .timbre limpo captadores top .a questão não existe pra bater braço e macio não cansa .temho ja2 parece temho ripa segurando fazer notas e solar kkk
ResponderExcluirBoa tarde pessoal. Gostei muito do Tópico e do pessoal comentando. Comprei uma guitarra Fernandes Strato japonesa igual a essa da foto pro meu filho, ele testou e gostou muito do timbre, e da pegada, afinação. O rapaz do qual comprei me disse que tem ela faz uns 20 anos e tava parada.So não sei o ano. O número de série é 054507. Se alguém souber do ano favor me fala ahe, abraço
ResponderExcluirBoa tarde a todos. Eu tenho uma Fernandes exatamente igual a essa, comprei na TANGO aí em SP por volta de 2000 por aí. Não tenho ideia de quanto vale, alguém sabe me dizer? Obrigado.
ResponderExcluirBoa tarde!
ResponderExcluirTenho uma Strato Fernandes irmã gêmea desta da foto, NºS 037225, comprada na loja Mil Sons em Porto Alegre- RS, pela lembrança foi comprada no ano de 1998 ou 97, não tenho mais a NF porque foi um amigo que comprou para mim e ficou com ele a NF.
Na época paguei R$530 com uma capa (estojo) + cabo + cordas + correia. acho que ela custou R$470. Era outro câmbio dólar.
Recentemente um Luthier aqui em Brasília me falou que a captação dela é de um modelo muito básico, que nem é imã cerâmico, até quis substituir por um Seymour Litle, mas vendo a explicação do Sérgio Rosar mudei minha opinião, vou manter original. Gosto do som deles.
Realmente é uma guitarra impecável, mecanicamente, confortável, boa ferragem.
Estou gostando de ver este blog, parabéns!
Criei coragem e troquei a captação por um trio da Seymour Duncan Little 59, o Luthier foi o Clóvis Müller, de Santa Maria RS, ele fez a blindagem que ficou excelente, o nível de ruído praticamente zerou, o que ficou é da rede elétrica e do amplificador.
ExcluirGostei muito do novo som. Tinha o receio de perder a dinâmica da captação alnico, mas o Seymour Little 59 tem ótima resposta quando se usa suavidade ou força.
O som engrossou, sem perder o brilho e a pureza, exceto quando quero distorção, aí tenho distorção, que antes, por ser bobina simples, não tinha.
Bem reguladinha, está excelente a filha única.
Como consigo conferir o número serial pra saber mais da guita?
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPrimeiro, parabéns pela matéria, simplesmente demais. Agora, gostaria de uma favor seu. Tenho uma strato Fernandes seriAL 050057, e queria saber sobre essa guitarra, ANO, MES DE FABRICAÇÃO, e se possível o valor dela. obrigado. Meu email - luiz.synergia@gmail.com
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