Olá amigos, para a postagem da coluna "Diário de um Strateiro" referente ao mês de Julho, posso antecipar para o amigo leitor que será feita aqui a narração popular de uma incrível história. Estava eu viajando pelo Facebook quando me deparo com esse post:
Posso contar uma história? Posso.
"Uma vez encontrei um broder na rua, comendo coisa do chão, levei ele pra casa, e em recompensa 2 dias depois ele voltou lá e roubou alguns instrumentos meus, incluindo ESSE baixo Fender Precision 93, japonês. Uns 2 anos depois não é que reencontro o bicho? Pintaram ele de branco, mas ele voltou pra mim e o som dele junto com minha alegria fizeram valer o sacrifício de pagar 2 vezes pelo mesmo instrumento. Se não for pagar o dobro do que ele vale, nem ofereça que ele não vai mais sair daqui mesmo! hehe Quando tem que ser..."
Não resisti e entrei em contato com o personagem que vivenciou essa história.. Pedi a ele que escrevesse para o blog me contando exatamente tudo o que aconteceu, é a primeira vez que irei postar sobre um baixo no blog, mas não poderia perder essa oportunidade. Foi uma grande história que não poderia deixar de constar aqui, por isso decidi publicar a narração do amigo Rogério Gagliano:
Então não compreendi muito bem, porque mesmo com o vício desgraçado dele, ele tinha que vir logo à quem estendeu a mão a ele, sem preconceito, receios, etc e fazer a limpa. Pois ele poderia pegar apenas uma guitarra e saciar a vontade dele. Mas o prejuízo passou e em muito os R$5.000,00.
Posso contar uma história? Posso.
"Uma vez encontrei um broder na rua, comendo coisa do chão, levei ele pra casa, e em recompensa 2 dias depois ele voltou lá e roubou alguns instrumentos meus, incluindo ESSE baixo Fender Precision 93, japonês. Uns 2 anos depois não é que reencontro o bicho? Pintaram ele de branco, mas ele voltou pra mim e o som dele junto com minha alegria fizeram valer o sacrifício de pagar 2 vezes pelo mesmo instrumento. Se não for pagar o dobro do que ele vale, nem ofereça que ele não vai mais sair daqui mesmo! hehe Quando tem que ser..."
Não resisti e entrei em contato com o personagem que vivenciou essa história.. Pedi a ele que escrevesse para o blog me contando exatamente tudo o que aconteceu, é a primeira vez que irei postar sobre um baixo no blog, mas não poderia perder essa oportunidade. Foi uma grande história que não poderia deixar de constar aqui, por isso decidi publicar a narração do amigo Rogério Gagliano:
Meu Precision
Precioso
Há cerca de dois anos, estava numa noite de Rio Vermelho, bairro onde geralmente acontecem os
eventos da cidade. Ia me apresentar com minha banda, Les Royales (contrabaixo
acústico ¾, intercalando com um Fender Precision 93, japonês). Não preciso nem
dizer que o baixo é um tanto raro e caro. Vintage também, já que se passaram
mais de duas décadas de existência.
Voltando.
Então, depois da apresentação encontrei um colega, aspirante a amigo, que tava
literalmente sujo e comendo lixo. Levei ele pra minha casa, ficou dois dias, me
ajudou com trabalho no estúdio, com a louça e só me pediu uma coisa: um ou dois pacotes de miojo. Importante dizer que nessas 40 horas comigo ele não bebeu,
não cheirou, não fumou...
Ao partir me abraçou, me agradeceu e foi embora. Esqueceu um short sujo com a
identidade dentro. Dois dias
depois, recebi uma ligação de um colega.
Esse meu parceiro de longas datas, precisava de uma guitarra emprestada pra
ensaiar com uma banda. Emprestei na mesma hora. Estava na casa de minha mãe e
ele se encontrava com o pessoal que morava lá na antiga Vila. Sei que quando voltei pra casa não achei primeiramente meu MacBook que tinha
adquirido para as gravações no meu estúdio. Aos poucos fui percebendo que
faltava também alguns pedais, umas três guitarras, uma mochila e o case do
baixolão, no qual o parceiro embrulhou tudo e fez a limpa lá. Até então não
tinha me importado TANTO. O MacBook até que foi “barato” e as guitarras eu não
gostava muito. Mas quando precisei do meu precioso, que fiquei realmente
triste. Cogitei a hipótese dele estar no estúdio, fui lá e meu coração se
despedaçou em desalento. Devo explicar que quando saí da casa de minha mãe e
fui morar sozinho, tinha comprado um Fender Precision México 1994 preto com
escudo branco por R$800,00 mais ou menos e dei um trato nele. Tive que vender
por R$1400,00 para as despesas da minha aventura de sair de casa (a qual deu
certo até). Há cinco anos atrás eu já sabia que o som da minha vida era desse
modelo e queria outro Fender, quando houvesse oportunidade. Em 2012 consegui o
Japonês muito melhor e com a cor creme com escudo branco. Mais vintage, mais
som e pela quantia de R$2.350,00 parcelado. Eu era dono de estúdio e era
difícil pagar dois aluguéis e ainda mandar dinheiro pro meu filho que foi morar no
Sul do país. Fora as outras coisas básicas né?
Então não compreendi muito bem, porque mesmo com o vício desgraçado dele, ele tinha que vir logo à quem estendeu a mão a ele, sem preconceito, receios, etc e fazer a limpa. Pois ele poderia pegar apenas uma guitarra e saciar a vontade dele. Mas o prejuízo passou e em muito os R$5.000,00.
Na época
houve uma comoção geral, os amigos tentaram ajudar, mas acabou dando em nada.
Ainda encontrei-o nas ruas, mas já tinha percebido que o caso dele era perdido.
Não fiz absolutamente nada com ele. Só
perguntei o porquê.
No atual
momento, encontro-me sem estúdio e negocio instrumentos musicais vintage, para
minha alegria, além de tocar, alugar equipamentos, etc... envolvendo música, tá
valendo. Fui numa loja
de usados que costumo ir regularmente e encontrei um baixo Precision branco,
que havia sido pintado. Demorei um tempo tentando juntar uma grana, namorando o
baixo, pensando ser minha chance de ter novamente um baixo que me agradava como
nenhum outro. Quando finalmente hoje (21/07/15) consegui finalizar a negociação
e levá-lo pra casa. Foi quando me dei conta de que o baixo poderia ser o meu que
fora roubado. Conferi o número de série e não é que era O MESMO BAIXO?
Dessa vez o valor foi mais elevado. R$3.100,00 e ele já não estava mais com a
pintura original. O misto de sentimentos (alegria, raiva) me pegou de jeito no início. Depois
resolvi me libertar do “apego”. O que ganhei depois desse roubo, dessa
sacanagem, desse aprendizado todo? Mais cuidado, mais instrumentos e ele de
novo.
Dessa vez vou comprar um escudo preto e deixar como o baixo de Dee Dee
Ramone. Comecei a tocar por causa dele e Mike Dirnt do Green Day, depois de ver
uma fita cassete do show deles em Chicago em 94.
E aqui estou
com ele novamente. Dessa vez ele não sai nem pelo dobro do preço.
Rogério Gagliano
Valeu William! Como havia dito. Até que o modelo precision lembra uma stratocaster né? Haha Sou fã do blog. Abss
ResponderExcluirPois é Rogério, a tua história não poderia deixar de passar em branco aqui no blog, apesar de ser um baixo e não uma Stratocaster. Abraços
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